terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Pressentimento

O céu está com uma cara estranha hoje. Cara de que vai acontecer uma grande merda. Sim... uma imensa merda. Eu prefiro olhar para o céu do que para o mar. Não tenho a mínima identificação com a metáfora do mar, sempre significante da idéia de passagem, de transito, de corrente. Sempre “nunca é o mesmo mar”. Mas nunca foi o mesmo mar. Assim como nunca foi a mesma terra, nem o mesmo céu. Não é a mesma pessoa que se vê cinco minutos depois de já ter visto um reflexo no espelho. Eu deixei também de ter uma relação de confiança com a minha visão desde os oito anos, quando foi diagnosticada minha miopia. Nada prova nada. E a visão do céu é tão transitória quanto a visão do mar. Sem mencionar ainda a disfunção temporal inerente ao ato de olhar para o céu. Antes eu achava sexy usar óculos. Agora vejo como uma forma maleável de ceticismo.
Alguma coisa está se movendo no céu bem devagar, que parece ser o próprio céu se movendo. E este movimento tão lento vem de uma forte corrente de ar. Esquisita esta disfunção temporal. Eu tenho a impressão de que todo o céu se move sem saber equacionar na minha cabeça o que é este céu todo. Céu? De onde até aonde? Estou preocupado.
Um pressentimento de que vai acontecer uma grande merda me faz escrever. Esta grande merda não se trata de uma catástrofe, como se tem visto, ou de uma desgraça, como se tem visto, ou de uma revolução, como se tem visto. Acho que não se trata de dada como se tem visto. É um acontecimento bestial como nunca se tem visto, como nunca se viu acontecer. Talvez até seja uma espécie de acontecimento como nunca se viu acontecer que já está acontecendo.
É melhor ficar dentro de casa hoje

EM BREVE

Em 2009

CURSO DE INTERPRETAÇÃO COM

LEO GONZALEZ

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